quarta-feira, 1 de outubro de 2014

E Sua Mãe Também (Y Tu Mamá También, 2001)

Alfonso Cuarón era um diretor em ascensão quando escreveu, produziu, dirigiu e editou E Sua Mãe Também, um road movie mexicano que conta a história de dois amigos adolescentes, Julio e Tenoch (respectivamente Gael García Bernal e Diego Luna, ambos também em ascensão) e sua viagem com uma mulher mais velha, a espanhola Luisa (Maribel Verdú), casada com Jano (Juan Carlos Remolina), primo de Tenoch. Os dois garotos a conhecem em uma festa de casamento e passam a ter tesão constante pela moça. Eles a convidam a fazer uma viagem, o que não dá em nada. Isto é, a princípio.


Entediados por suas namoradas estarem viajando pela Itália, os dois passam tempo batendo punheta e pensando em Luisa, o que gera uma cena bastante divertida à beira da piscina. O filme, aliás, é cheio de putaria – muito bem encenada, diga-se de passagem.

Ao saber que Jano a traiu novamente, Luisa entra em contato com Tenoch perguntando-lhe se a viagem ainda está de pé. Ele, bastante excitado, trata de avisar Julio, que consegue pegar o carro emprestado com a irmã por alguns dias. Assim, os três caem na estrada, em uma aventura que gerará conflitos entre os amigos lotados de testosterona graças à presença de uma mulher mais velha e, juntos, aprenderão muito mais sobre si mesmos.

E Sua Mãe Também emprega bastante o recurso da narração em off. O narrador sequer aparece na trama, sendo mais como um ser onipresente e onisciente naquele universo. Por mais que sua narração nos faça compreender o contexto mais facilmente, explicando melhor a personalidade de cada um, há momentos irrelevantes para a trama, como quando é explicada a rotina e o destino de um trabalhador ao tentar cruzar uma avenida movimentada apenas para justificar aquele engarrafamento em que os personagens se encontram.

O filme explora muito bem os cenários mexicanos naturais, a cidade grande, as periferias, o interior humilde do país e seu magnífico litoral. Além disso, temos um interessante estudo de personagens, revelando seus segredos sombrios através de diálogos e a narração em off. O mérito não é só do roteiro eficiente de Cuarón, mas também das atuações marcantes de García Bernal, Luna e Verdú. Aos que tiverem a oportunidade, também recomendo o making of, que ilustra bem o quanto toda a equipe se divertiu durante as filmagens.

Nota: *****

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