Alfonso Cuarón era um diretor em ascensão
quando escreveu, produziu, dirigiu e editou E
Sua Mãe Também, um road movie mexicano
que conta a história de dois amigos adolescentes, Julio e Tenoch
(respectivamente Gael García Bernal e Diego Luna, ambos também em ascensão) e
sua viagem com uma mulher mais velha, a espanhola Luisa (Maribel Verdú), casada
com Jano (Juan Carlos Remolina), primo de Tenoch. Os dois garotos a conhecem em
uma festa de casamento e passam a ter tesão constante pela moça. Eles a
convidam a fazer uma viagem, o que não dá em nada. Isto é, a princípio.
Entediados
por suas namoradas estarem viajando pela Itália, os dois passam tempo batendo
punheta e pensando em Luisa, o que gera uma cena bastante divertida à beira da
piscina. O filme, aliás, é cheio de putaria – muito bem encenada, diga-se de
passagem.
Ao
saber que Jano a traiu novamente, Luisa entra em contato com Tenoch perguntando-lhe
se a viagem ainda está de pé. Ele, bastante excitado, trata de avisar Julio,
que consegue pegar o carro emprestado com a irmã por alguns dias. Assim, os
três caem na estrada, em uma aventura que gerará conflitos entre os amigos
lotados de testosterona graças à presença de uma mulher mais velha e, juntos,
aprenderão muito mais sobre si mesmos.
E Sua Mãe Também emprega bastante o
recurso da narração em off. O
narrador sequer aparece na trama, sendo mais como um ser onipresente e
onisciente naquele universo. Por mais que sua narração nos faça compreender o
contexto mais facilmente, explicando melhor a personalidade de cada um, há
momentos irrelevantes para a trama, como quando é explicada a rotina e o
destino de um trabalhador ao tentar cruzar uma avenida movimentada apenas para
justificar aquele engarrafamento em que os personagens se encontram.
O
filme explora muito bem os cenários mexicanos naturais, a cidade grande, as
periferias, o interior humilde do país e seu magnífico litoral. Além disso,
temos um interessante estudo de personagens, revelando seus segredos sombrios
através de diálogos e a narração em off.
O mérito não é só do roteiro eficiente de Cuarón, mas também das atuações
marcantes de García Bernal, Luna e Verdú. Aos que tiverem a oportunidade, também
recomendo o making of, que ilustra
bem o quanto toda a equipe se divertiu durante as filmagens.
Nota: *****
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