Muitas
pessoas não gostam de Christian Bale. Eu até as entendo. Na maior parte do
tempo, ele permanece com cara de cachorro passando fome. O que me faz
respeitá-lo é todo o processo pelo qual passa para encarnar um personagem
desafiador, entregando-se de corpo e alma, literalmente. Não sei se isto é algo
bom à sua saúde física e mental, mas nós, os espectadores, geralmente saímos
satisfeitos da sessão de um filme estrelado por ele.
Para
ilustrar melhor, escolhi falar sobre O
Operário, um suspense psicológico dirigido por Brad Anderson e que conta
com Bale como protagonista. O ator resolveu passar fome por mais de 4 meses e
perdeu aproximadamente 30 quilos para viver Trevor Reznik, o tal operário do
título.
Reznik
passa seus dias trabalhando na fábrica, tomando café no aeroporto da cidade,
onde trabalha Maria, uma bela garçonete, com quem flerta, e saciando seu
instinto básico com Stevie, uma prostituta que acredita que Reznik possa ser
seu passaporte para uma vida melhor. Contudo, o sono não o atinge há um ano, as
coisas começam a dar errado e ele acaba se tornando paranoico.
Se a
premissa não soa muito original, O
Operário compensa a assistida graças à atuação de Bale, que está
convincente em sua confusão e paranoia e assustador de tão magro, algo que até
mesmo um ou outro personagem reconhece durante a narrativa. Outros destaques
são a fotografia sombria de Xavi Giménez, a trilha sonora atmosférica Roque
Baños e o intrigante e misterioso Ivan, interpretado por John Sharian. O final
pode até ser previsível, mas ao menos me deixou com a sensação de ter assistido
a um belo esforço em equipe.
Nota: ****
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