quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O Operário (The Machinist, 2004)

Muitas pessoas não gostam de Christian Bale. Eu até as entendo. Na maior parte do tempo, ele permanece com cara de cachorro passando fome. O que me faz respeitá-lo é todo o processo pelo qual passa para encarnar um personagem desafiador, entregando-se de corpo e alma, literalmente. Não sei se isto é algo bom à sua saúde física e mental, mas nós, os espectadores, geralmente saímos satisfeitos da sessão de um filme estrelado por ele.


Para ilustrar melhor, escolhi falar sobre O Operário, um suspense psicológico dirigido por Brad Anderson e que conta com Bale como protagonista. O ator resolveu passar fome por mais de 4 meses e perdeu aproximadamente 30 quilos para viver Trevor Reznik, o tal operário do título.

Reznik passa seus dias trabalhando na fábrica, tomando café no aeroporto da cidade, onde trabalha Maria, uma bela garçonete, com quem flerta, e saciando seu instinto básico com Stevie, uma prostituta que acredita que Reznik possa ser seu passaporte para uma vida melhor. Contudo, o sono não o atinge há um ano, as coisas começam a dar errado e ele acaba se tornando paranoico.

Se a premissa não soa muito original, O Operário compensa a assistida graças à atuação de Bale, que está convincente em sua confusão e paranoia e assustador de tão magro, algo que até mesmo um ou outro personagem reconhece durante a narrativa. Outros destaques são a fotografia sombria de Xavi Giménez, a trilha sonora atmosférica Roque Baños e o intrigante e misterioso Ivan, interpretado por John Sharian. O final pode até ser previsível, mas ao menos me deixou com a sensação de ter assistido a um belo esforço em equipe.

Nota: ****

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